Bom dia Luciano,
Tenho percebido na propaganda eleitoral do meu estado que os partidos de esquerda se preocupam em gastar alguns de seus minutos no veículo de comunicação transmitindo claramente a sua visão de mundo, doutrinando mesmo e colocando as bases para que o povo entenda o discurso de seus candidatos quando eles usarem palavras-chave (chavões), como sistema=opressor, privatização=desemprego, luta de classes, e etc.
Ontem, na propaganda eleitoral obrigatória ouvi pelo rádio cerca de um minuto e meio de doutrinação marxista falando que “todos os direitos emanam da luta de classes” e etc, pegando os problemas contemporâneos explorados pelos adversários e os traduzindo (com malabarismos, claro) de acordo com a doutrina marxista e sua visão de mundo.
Ao meu ver não existe uma contrapartida da direita equivalente à esta. A direita acaba usando todo o seu tempo disponível para 1) apresentar candidatos; 2) denunciar problemas (com ataques pouco efetivos) e 3) se defender (o pior). Quando o candidato da direita vai para o debate público geralmente o povo não compreende bem o que ele está falando, ou seja, ele não consegue “falar ao coração” das pessoas pois no coração delas atualmente só há espaço para a “cantiga” marxista, que elas ouvem em todo o lugar, até na propaganda eleitoral.
Então, mesmo que o candidato de direita seja claro o suficiente (para quem sabe do que ele está falando), fica no expectador mediano a impressão de não o ter compreendido totalmente. Penso que isso ocorre justamente porque não houve um trabalho prévio da direita de esclarecer a sua visão de mundo e as palavras-chave que serão usadas pelo candidato de modo que um maior número de pessoas passe a entender o que está em jogo. Parece que hoje a única visão de mundo que o expectador mediano tem é a visão marxista, a qual já está toda engatilhada no coração da plateia esperando apenas que os candidatos de esquerda puxem os gatilhos na hora certa.
Você não acha que a direita deveria explorar mais esses recursos pedagógicos como forma de igualar as forças em jogo na discussão democrática ?
Abraço!
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